quarta-feira, 28 de abril de 2010

*Lição de casa na Educação Infantil*





Uma leitora do nosso blog* pediu uma reflexão a respeito do dever de casa na Educação Infantil. Então, vamos pensar a esse respeito.

O primeiro ponto que devemos considerar é sobre a função do dever de casa. Qual é ela, afinal? Na verdade, a tarefa escolar para ser feita em casa pode não ter função alguma, pode ter uma boa função ou pode, inclusive, atrapalhar a vida do estudante. Tudo depende de como a escola trabalha com essa questão.

Ela não tem função alguma quando se transforma em uma atividade burocrática. A escola passa a lição e o único objetivo é esse mesmo: o aluno ter atividade escolar em casa. Ele não aprende nada com isso – nem em relação ao conteúdo tampouco à responsabilidade escolar – e se cansa de ter de cumprir uma obrigação sem sentido. É bom lembrar que muitas escolas enviam a lição para ser feita em casa apenas por pressão dos pais, que querem um tempo do filho ocupado quando ele está em casa.

Ela tem uma função positiva quando desafia o aluno, ou seja, não é mera repetição do que ele já faz na escola. Além disso, também quando aprende que precisa dar conta disso sozinho, sem a ajuda dos pais. Claro que estes precisam lembrar ao filho a sua responsabilidade e ajudá-lo a administrar seu tempo, mas o restante devem deixar com ele mesmo.

Finalmente, a função se torna negativa quando a lição de casa faz o aluno construir uma relação de dependência de sua vida escolar com seus pais. Isso ocorre quando a criança não consegue dar conta sozinha de sua tarefa e seus pais precisam ajudar. Além disso, quando a lição é feita e não corrigida na escola e/ou quando não realizada não acarreta nenhuma diferença no aprendizado do aluno, torna-se algo absolutamente negativo.

Agora, vamos pensar na função da escola de Educação Infantil. Nesse período, a criança precisa brincar. Esse segmento da escola é o único diferente de todos os outros porque os alunos dessa idade são totalmente dependentes dos adultos. Desse modo, o que se consegue ao enviar lição de casa para crianças com menos de seis anos é que ela entenda que sua vida escolar depende da atuação de seus pais.
 

É bom lembrar que criança pequena pode gostar muito de brincar de escolinha em casa. Mas, para isso, não precisa de lição de casa.
 

As crianças que trazem lição de casa na Educação Infantil podem ter, futuramente, uma visão distorcida dessa responsabilidade escolar?  Pode ser que sim, pode ser que não. Como não conseguimos fazer previsões, pagamos para ver.

Escrito por Rosely Sayão 

*Texto retirado do blog da Rosely Sayão

terça-feira, 20 de abril de 2010

*Kit Respeitar - "Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes"



Assunto de grande importância!!!
Vale muito a pena conferir e divulgar!!!!

Trata-se de um conjunto de três livros concebidos com o objetivo de servir como instrumento para a prevenção e o combate à violência contra a criança e o adolescente. Cada um dos volumes é destinado a um público diferente: as próprias crianças e jovens, pais e responsáveis, e profissionais que lidam com o público infanto-juvenil. A produção do material é fruto do trabalho realizado pela Fundação, Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (Seads) e Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e Juventude (ABMP).
Todo o conteúdo dos volumes foi elaborado por Anna Christina Cardoso de Mello, psicóloga da Vara da Infância e Juventude, Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) e consultora da Fundação Orsa. O Kit Respeitar conta, ainda, com a consultoria de uma equipe composta por educadores, assistente social, socióloga, juiz de Direito e outras três psicólogas, além de nove leitores mirins para o volume dedicado às crianças.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

*Adolescência e Álcool*



É preocupante a crescente utilização de bebidas alcoólicas de forma sistemática pelos jovens em nossa sociedade.
E nesse ponto, aliás, como em todos, o exemplo marca e ensina melhor do que milhões e milhões de palavras, diálogos ou sermões.
Pais que estão sempre com um copo na mão, sem dúvida, terão mais probabilidade (lembrem-se, nunca se pode afirmar nada de forma absoluta, em se tratando de seres humanos) de que seus filhos bebam do que os que nunca bebem ou dos que só o fazem em ocasiões muito especiais - e equilibradamente. Isso não significa que quem tem filhos não possa beber nunca mais. Claro que pode, desde que dentro de limites adequados, ou seja, que não tenha uma regra para si e outra, certamente mais rígida, para os outros.
Compreender o uso da bebida em seu significado social, ajuda a entender o “porque” de seu uso crescente e abusivo por jovens e adultos.
A bebida tem sido apresentada, através dos tempos, como símbolo de masculinidade, independência e status social. Por isso é comum pais de meninos darem um gole do que estão tomando para seus filhos pequenos, e em seguida, orgulhosos, aplaudirem e exibirem - o "filho que saiu ao pai" - a amigos e parentes. Mas não o fazem com meninas. Essa atitude favorece o uso no futuro, já que desde cedo é percebida pela criança como um ato apreciado e apro¬vado - e não como algo nocivo à saúde e à integridade pessoal. É o tipo de estímulo inadequado, perpetrado sem que se apercebam e sem que prevejam conseqüências negativas no futuro.
Alguns poderão julgar exageradas minhas observações, mas a verdade é que a única droga consumida por mais da metade dos jovens entre 14 e 18 anos é o álcool. A sociedade vive assustada e preocupada com crack, cocaína, maconha etc., mas com álcool poucos se preocupam - dadas as características sociais e ao fato de ser legalmente permitida. Assim, milhares de adolescentes, a cada fim de semana, a cada saída com amigos, a cada festinha, consomem várias doses de diversos tipos de bebidas (misturam chope com caipirinha, com batidinhas, com bebidas energéticas etc.) a ponto de ter se tornado comum jovens passarem mal por excesso de álcool (vômito, enjôo, sudorese, perda de consciência, atos socialmente inadequados, perda da compostura etc.). Sem referir o crescente número de acidentes de trân¬sito – resultando em morte ou invalidez permanente - e o aumento da agressi¬vidade que o álcool pode gerar. Quantas festas não acabam em pancada¬ria por conta do excesso de bebida? Coma alcoólico também não é mais tão raro assim. Basta analisar as estatísticas dos hospitais. É importante ressaltar que as meninas também têm “avançado o sinal” nesse setor.
O melhor a fazer, portanto, é cuidar para que os filhos tenham um bom exemplo. Beber em algumas ocasiões não tem problema, mas é imprescindível que nos mantenhamos sóbrios. Por eles e por nós. E quando estiverem bebendo – e seus filhos olhando - digam claramente que eles só têm autorização para começar a beber depois dos 18 anos e, mesmo assim, de forma muito moderada.
Ensine-os também a parar na hora certa e a nunca misturar diferentes tipos de bebida. Clareza, objetividade e segurança na hora de transmitir dados são fundamentais. Use textos de autores conhecidos, de médicos ou de especialistas em drogadição. Ajuda muito. Adolescente em geral tende a desmerecer o que os pais falam. O suporte técnico facilita e dá substância à comunicação.
Devemos dar essa orientação aos nossos filhos, mesmo sabendo que provavelmente muitos deles não a seguirão à risca. Mas, ao menos, saberão qual a nossa postura. Conversar abertamente, sem brigar, alertando para a proibição legal em vigor, e para o fato de sermos nós os responsáveis por eles perante a lei, respondendo inclusive criminalmente, é essencial. Atuar de forma clara, sem agressividade, com explicações adequadas e fundamentadas costuma funcionar, nem que seja para postergar o início do uso. Um estudo que fiz com adolescentes brasileiros (apresentado no livro “O adolescente por ele mes¬mo”) revelou que 57,7% dos jovens que utilizam drogas iniciaram-se com 14 anos ou menos. Portanto, nada de esperar muito. Lá pelos onze, doze anos já é “A” hora...
Conscientizando nossos filhos sobre os perigos do uso constante de bebidas, ao menos poderemos conseguir moderação no uso. Ao passo que o silêncio ou a aprovação explícita, assim como o incentivo, conduzem à maior probabilidade de começarem muito cedo e também de beberem mais. Outro dado importante é saber que uma série de estudos demonstrou que se uma pessoa bebe, ainda que moderadamente (uma dose de uísque, por exemplo, três vezes por semana ou dois a três chopes a cada saída), ao final de 10 anos terá se tornado adita (dependente). Portanto, nesse assunto em particular, vale o “quanto mais tarde, melhor”. 



Texto de Tânia Zagury:http://www.taniazagury.com.br/artigos.asp?cdc=3158

terça-feira, 13 de abril de 2010

*Compaixão pelas crianças*





Muitas crianças sofrem quando se descontrolam, quando fazem o que não poderiam nem deveriam fazer, quando expressam explosivamente seus caprichos, quando se debatem com uma tarefa difícil que precisam cumprir e se perdem no abismo do "eu não vou conseguir, eu não sou capaz", quando transgridem um princípio conhecido e sabem que a consequência de seu ato prejudica alguém.

O sofrimento delas fica estampado com tanta clareza que é difícil um adulto não perceber o que ocorre nesse momento.Mesmo assim, a reação de muitos deles tem sido insensível. Já faz um tempo que adotamos a postura de reclamar de comportamentos das crianças, de nos sentirmos vítimas de suas atitudes, de nos fazermos impotentes frente a elas.

"Eu não aguento mais esse menino!", "Eu já fiz de tudo para ensinar a ela que não pode fazer isso", "Ela não tem jeito", "Essa criança precisa de um castigo muito sério" são frases que ouço pais e professores dizerem com frequência. Pois elas expressam a falta de compaixão e de empatia dos adultos para com as crianças, o que talvez seja uma marca importante de nosso tempo.

É preciso buscar novos caminhos para reagir às crianças que experimentam as situações acima, já que, mais do que acusações e reclamações, elas precisam é de nossa ajuda, de nossa intervenção educativa.

Em primeiro lugar, é bom lembrar que, como nos ensinou Françoise Dolto -psicanalista que se dedicou a compreender a infância e a adolescência-, quando uma criança reage com violência a uma pessoa ou a uma situação, é porque ela tem lá suas razões, mesmo que não seja possível perceber os motivos que a levaram a se comportar dessa forma.

Isso não significa, é claro, que pais e professores não tenham que fazer com que ela arque com as consequências de seus atos e que não a levem a reparar o que fez. Mas ter essa compreensão é fundamental para que seja possível manter a calma e o equilíbrio a fim de não se relacionar com a criança de modo simétrico e, desse modo, perder o lugar de educador.

Reclamar de, acusar, julgar e condenar são atos que, em geral, praticamos com quem ocupa posição simétrica à nossa. Fazer isso com crianças mostra que, diante delas, deixamos vago o lugar de adultos.

É possível ensinar às crianças o respeito às normas importantes para a convivência sem que isso signifique formar um batalhão de obedientes. Igualmente, podemos ensinar a elas que podem e devem sentir orgulho de si mesmas por conseguir ter controle sobre seus atos.

As crianças sofrem quando não conseguem dominar seus impulsos violentos e de momento. Para que tenham êxito no árduo aprendizado do autocontrole, precisam de nós, adultos, agindo como tal. Elas também sofrem quando se afogam no mar da insegurança que as impede de se esforçarem para aprender. Também nesse momento precisam de nosso apoio e encorajamento.

As crianças precisam contar conosco para transformar em ato seu potencial.





Retirado do blog da Rosely Sayão
http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/

terça-feira, 6 de abril de 2010

*Pais Estudantes*




As escolas trabalham com seus alunos há mais ou menos dois meses. É de se esperar que, a esta altura, muitos estudantes já tenham percebido que têm obstáculos a enfrentar, dificuldades a superar, conflitos a resolver. Frequentar escola traz lá os seus problemas, todos sabem. No entanto, o que não sabíamos é que boa parte desses problemas acaba nas mãos dos pais. Da educação infantil à faculdade, eles têm assumido muitos dos contratempos escolares dos filhos.

Pais de universitários tentam negociar prazos de entrega de trabalho com professores e comparecem à faculdade para resolver problemas dos alunos com a secretaria. Muitos também são chamados pelas faculdades para reuniões e até recebem boletim de frequência e avaliação do filho -isso sem falar de mestrandos e doutorandos em situação semelhante.

Não há dúvida de que esses jovens, de classe média, estão infantilizados, e nem sequer se envergonham da situação. Ao contrário: é de muitos deles que parte o pedido de ajuda aos pais. Justamente quando finalizam o processo de amadurecimento iniciado na adolescência e estão prestes a entrar na vida adulta, são seduzidos a estacionar, quando não a regredir.

Quem tem filhos cursando o ensino médio ou o pré-vestibular carrega uma carga bem pesada. Pressionados pela sociedade, pressionam seus filhos para que deem conta da enorme quantidade de conteúdo passado pela escola e tirem boas notas, para que não percam aulas, para que entrem em uma faculdade reconhecida etc. Contratam professores particulares -muitas vezes indicados pela escola que o filho frequenta!-, dão prêmios e castigos, controlam horários de estudos, tudo em função do rendimento escolar. Mas para quem é importante, afinal, cursar uma faculdade?

Já quem tem filhos no ensino fundamental acaba por ter de atender a pedidos das escolas para que resolvam questões de indisciplina, de desatenção, de comportamentos inadequados ao espaço escolar, de recusa da autoridade do professor etc. No final, o aluno está lá na escola e os pais, aqui fora, tentam interferir no comportamento dele lá. Será que é possível? Tenho dúvidas, já que, quando mudam o papel social e o contexto, pode mudar muita coisa na maneira de se portar da criança.

Nem mesmo os pais das que frequentam a educação infantil ficam livres de arcar com questões da vida escolar dos filhos. São pesquisas e lições para serem feita em casa, reuniões para ouvir análises que a escola faz, ora do comportamento ora do desenvolvimento de seus filhos e até receber algumas orientações, inclusive de encaminhamentos.

Em resumo: hoje, quem tem filhos na escola quase se torna um repetente, já que precisa dar conta de questões que lá atrás, em sua infância, já foram vividas. E quase sempre sem contar com a ajuda dos pais, é bom ressaltar.

Talvez uma boa parceria da família com a escola pudesse ser a de que ambas conseguissem ensinar aos filhos e alunos que o compromisso escolar é deles, e apenas deles.


Texto retirado do Blog da Rosely Sayão
http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/


quinta-feira, 1 de abril de 2010

*Feliz Páscoa*



Páscoa é dizer "sim" ao amor e a vida; é investir na fraternidade, é lutar por um mundo melhor, é vivenciar a solidariedade.
(Stela Maris Blandino)


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